sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CARÁTER DO LÍDER - SER, FAZER E ENSINAR COMO JESUS



A crise de identidade bate sempre as portas do homem por ser pensante, por ter o atributo do livre arbítrio outorgado pelo seu Criador. Donde vim, quem sou e para onde vou ainda faz parte do questionamento de muitos. Já passamos desta fase de questionamento. Sabemos de onde viemos e para onde vamos. Viemos “dele, por ele e para ele...” (Rm.11.36) “...pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos...”; (At.17.28). Porém outros questionamentos fazem parte da nossa vida. Muitas vezes precisamos estar nos lembrando de quem somos e até para onde vamos. A crise aumenta quando somamos aos questionamentos o que somos, o que fazemos, e o que ensinamos. Quando vemos a nossa instituição em crise de identidade ficamos ainda mais preocupados. Sabemos que herdamos uma filosofia Greco-romana, inversa à filosofia de Jesus, de seus ensinos e temos dificuldade de nos libertar dela. Pelo que vemos, a igreja perdeu sua identidade, distanciando-se das suas raízes. De Jerusalém para Roma. Dos ensinos da igreja do primeiro século, para as invencionices da Igreja Católica Romana. Até a liturgia do culto está em crise. Tal situação deu lugar ao sincretismo religioso tão presente na igreja católica romana com repercussões fortes na igreja evangélica. Daí a necessidade de termos um referencial, do qual partem outros referenciais. Nosso referencial não é um templo, não é uma denominação, não é uma filosofia herdada de filósofos gregos. Nosso referencial é Jesus, que nos faz conhecer nossa origem que é Deus, o nosso Pai, pelo seu Espírito. Seus exemplos e ensinamentos são a nossa base. Seu estilo de vida e liderança é o que deve nos interessar.

Não somos os primeiros e nem os últimos a vivermos uma crise de identidade. Quando Deus chamou a Moisés para libertar o seu povo do Egito, Moisés lhe perguntou: “Então Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?” (Êx. 3:11). Jonas também viveu maus momentos até reconhecer quem ele era e cumprir sua missão: “E ele lhes disse: Eu sou hebreu, e temo ao SENHOR, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca”. (Jn. 1:9). Não foi diferente com Nicodemos e a mulher samaritana que tiveram de rever seus conceitos (Jo.3.3-9;4.20). Novas experiências com Deus nos levarão a uma crise de identidade, para estabelecermos a verdadeira identidade e realizarmos as obras de Deus. Isaias depois de penetrar na reunião de Deus entrou em crise para depois se prontificar a fazer o que Deus queria (Is.6.1.13). Deus é o Deus de identidade e dá identidade a todas as coisas. Deus se identificou a Moisés (Ex.3.6;14,15). Deus deu identidade a tudo que criou, macho e fêmea os criou, quando se referiu ao homem. Fez o luminar maior para iluminar o dia e luminares menores para a noite. A partir do conhecimento da nossa identidade, temos certeza da nossa missão. Jesus ensina o caminho em que devemos andar. Ele é o nosso referencial. Ele nos traz de volta aos princípios divinos para cumprirmos a nossa missão de estabelecermos seu Reino na terra enquanto aguardamos o Reino eterno.

Ser, fazer e ensinar como Jesus é portanto o caráter do discípulo de Jesus que cumprirá a missão para a qual Ele nos chamou e nos enviou.

Pr. Carlos Tolentino

“...SE ESTES SE CALAREM, AS PRÓPRIAS PEDRAS CLAMARÃO” (Jesus)

(Lc.19.38-40)

Para Jesus os discípulos estavam cumprindo uma missão ao aclamá-lo: “Bendito o Rei que vem em nome do Senhor!” “Paz no céu e glória nas alturas!”. Jesus não era de buscar aplausos, mas esperava que o Pai fosse glorificado e o seu nome reconhecido e anunciado como Salvador.

Se vocês não proclamarem o meu nome, as pedras clamarão, a natureza proclamará quem sou. João Batista já havia alertado da necessidade de produzi frutos, caso contrário, Deus podia suscitar filhos a Abraão das pedras. Assim o plano de Deus se cumpriria de qualquer maneira, pelo previsível ou imprevisível, pelo possível ou impossível. Se os discípulos não cumprissem o seu papel, outros cumpririam. Judas, que andou com Jesus não cumpriu seu papel, então o Senhor apareceu a Paulo que era inimigo e transformou-o em amigo e anunciador de Boas Novas, ao ponto de considerar-se devedor da mensagem de Cristo a todos.

No silêncio e distância dos discípulos e das mulheres por ocasião da morte e ressurreição o inusitado começou a acontecer, as pedras clamaram, o inanimado se manifestou, o inesperado aconteceu, o ladrão que estava à sua direita surpreendeu com um pedido a Jesus, a natureza protestou com trevas sobre a terra e terremoto, os anjos se movimentaram para remover a pedra do sepulcro, o véu do templo se rasgou e Jesus rompeu o silencio clamando: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito...”. Até o centurião deu glória a Deus e proclamou a justiça de Jesus e a multidão não ficou indiferente. Quem estava distante do Mestre, como José de Arimatéia, aproximou-se e pediu o corpo de Jesus para sepultá-lo.

Na ressurreição de Jesus episódios inesperados continuaram a acontecer, anjos removeram a pedra do sepulcro e falaram às mulheres que se tornaram pioneiras no anuncio da ressurreição de Jesus. (9) Tudo aconteceu de onde não se esperava.

Os planos de Deus se cumpriram e se cumprem. Quando faltou profeta, uma jumenta falou, quando faltou homem, uma criança derrubou o gigante, quando faltou peixe com os discípulos pescadores, surgiu um jovem com cinco pais e dois peixinhos para alimentar a multidão, quando as grandes igrejas se acomodaram dentro dos seus palácios e confortos, surgiram às igrejas pequenas interessadas em ganhar vidas para Jesus. Quando o pentecostalismo começou a envelhecer, começou um novo pentecostalismo, com seus pontos polêmicos, porém alcançando muitas vidas que não seriam alcançadas pelos tradicionais ou pelas chamadas igrejas históricas. Quando o louvor envelheceu, Deus inspirou servos e servas para levar à igreja a um cântico novo.

Produzir frutos e retê-los é a nossa missão. Se não fizermos, outros farão. Já sabemos o que fazer, façamos então. Não deixemos que as “pedras clamem”.

Só para lembrar, o plano de Deus é que o Cristo padecesse, ao terceiro dia ressuscitasse dos mortos, em seu nome se pregasse o arrependimento e remissão dos pecados em todas as nações, começando por Jerusalém. O pai, o filho e o Espírito Santo cumpriram e cumprem a sua parte. Façamos a nossa parte. Cumpramos a nossa missão!

Se não fizermos o que tem de se feito, outros o farão, e não temos direito de ficar com ciúmes, nem ter inveja e nem reclamar. Se estes se calarem, as pedras clamarão. Proclamemos às nações “Bendito é o rei que vem em nome do Senhor”. Trabalhemos enquanto é tempo!

Pr. Carlos Tolentino

Boletim /novembro/2011